Pelo menos literalmente, ecologia e economia são sinônimos. É claro que gostaríamos de ver na prática essa identidade entre ciência e mercado, conservação e eficiência.
É também por isso que desconfio de qualquer iniciativa “verde” que não leve em conta implicações econômicas mais amplas. A piada de mau gosto dos supermecadistas brasileiros, que passaram a cobrar pelas sacolas que davam de graça, sem que haja nenhuma mudança de comportamento (o brasileiro típico ainda joga seu lixo em sacolas de plástico, sejam compradas especificamente para isso ou não), por exemplo, foi uma das motivações de minha instalação Sacolejo entre amarras).
A mesma consciência desconfiada levei ao projeto mais recente de minha mãe, a linha Organic de panelas. “Como pode ser ecológica uma panela que vem da China?”, questionam alguns. A resposta é rica: pela tecnologia empregada, trata-se de uma panela mais eficiente (você economiza gás), antiaderente (você economiza óleo e poupa seu coração) sem a contaminação do teflon (os sistemas de saúde economizam).
Ajudar a difundir essa conaciência ecológica, sim, me interessa. Ofereci-me para fazer o vídeo promocional das frigideiras Organic.
Meu temor era sair “economia na base da porcaria”: eu como diretor e editor de nosso vídeo caseiro?
Aparentemente, eu, d. Flavia e Soraia enganamos bem: nosso vídeo, sem truques, sem óleo, sem comida de mentira chamou a atenção de muita gente no Mercado Municipal, na Natural Tech e na Virada Sustentável.
O importante é a cultura que se forma.
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