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Viagens da Língua

Seguem algumas referências concernentes a minha participação no Seminário Internacional Viagens da Língua, organizado pelo Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa (https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/confira-a-programacao-do-ii-seminario-viagens-da-lingua-do-museu-que-acontece-entre-6-e-8-12/).

Roda de conversa Língua, interação e tecnologias

8.dez.2023

Ernane apresenta: “Relações entre jogo e cultura na evolução da linguagem”

Transmissão ao vivo: https://www.youtube.com/watch?v=pOcQJ0Y3FAU

Enquete para os participantes: https://www.menti.com/alotywn6knos

Sobre a oficina de Letramento Lúdico Crítico, da REBEL: https://forms.gle/318LuPBbkP6WG6kB6

Bibliografia selecionada

Benjamin, W. “Teses sobre o conceito de história.” Tradução de Jeanne Marie Gagnebin. In LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o Conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005.

Daston, L. “Science Studies and the History of Science”. In Critical Inquiry, Vol. 35, No. 4. (Summer 2009), p. 798-813.

Guimarães Neto, E. “Conceitos de museologia visando a curadoria de jogos digitais no Brasil”. Proceedings of SBGames 2019. Disponível em https://www.sbgames.org/sbgames2019/files/papers/CulturaShort/198159.pdf

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A tese como fim de ciclos

Encerrado o curso de doutorado no programa Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades, defendi uma tese que representa apenas uma parte de tanta experiência _serve de metonímia de diversos ciclos que se encerram (ou voltas que se encerram na eterna espiral do conhecimento).

  • Um ciclo de pesquisa e colaboração com gente bacana: orientador polímata, colegas politizados e artisticamente engajados, parceiros eventuais diversos e inesperados.
  • Um ciclo que se iniciou em minha adolescência, sobre “o que é Arte”, chega a alguma conclusão depois de tantas perguntas que se abriram desde que prestei vestibular para Filosofia em 1996.
  • O processo de acomodação de uma Filosofia do Jogo ao corpus de minha pesquisa, iniciado no mestrado, resultou em capítulo próprio na tese.

Ofereço aos leitores Além das regras do jogo: a redenção da alegoria nas fronteiras da Filosofia da Arte e da História da Cultura, na esperança de assim iniciar um novo ciclo de diálogo com a comunidade.

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Dia 4 – Pop ou cult?

Feliz Semana Mundial do Brincar!

Hoje é meu aniversário e, descobri faz uns anos, Dia Mundial do Brincar. Vivemos uma cultura bastante ludificada, mas nem sempre a gente leva a brincadeira a sério.
O pensamento moderno visou uma racionalidade que acabou por matar um pouco o ser brincante em nós: a filosofia tem de ser grave, a arte tem de ser grandiosa, o capitalismo é uma guerra, a política é cruel. Poderíamos ter aprendido que argumentar é um jogo intersubjetivo, que um riso pode ser grandioso, que o trabalho pode ser uma disputa entre adversários, não inimigos, que viver na cidade deve ser uma colaboração entre amigos.
Escolhi estas poucas fotos para provocar sobre o estatuto cultural de algumas manifestações lúdicas.

“Civilization VI” ensina história ou é pretexto para a molecada brigar?

Quadrinho que precisa de nota de rodapé não é arte?

Jogo é para jogar ou para pôr na vitrine?

Faz sentido ser sommelier de refrigerante?

A pós-modernidade já popularizou conceitos como “tudo pode ser arte”, mas parece que ainda vivemos muitos preconceitos quando diferenciamos “pop” de “cult”, grande arte de artesanato ou design, música erudita de roquenrou.
É da essência das atividades divertidas questionar as rotas estabelecidas e errar um pouco.
Aqui encerro meus posts da semana do brincar. Vamos jogar juntos?

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Dia 3 – Não é um blog, é um sítio

Feliz Semana Mundial do Brincar!

Certamente muita gente só está amadurecendo para a Internet nesta quarentena. Gente que achava que, no mar de informação, pouco importava onde se agarrar. De fato opiniões e ciência se confundem quando navegamos, dados importantes afundam no meio de propaganda e cantos de sereia que já cessaram de nos indignar. Por isso é importante saber onde aportar em busca de cultura, memória ou entretenimento. Felizmente, os serviços de checagem de noticiário têm trabalhado cada vez mais e o consumidor ajuda a cobrar que as grandes marcas não anunciem em veículos mentirosos, mas ainda estamos longe de ter um ambiente seguro se não soubermos onde estamos no turbilhão informacional.

Quando a Internet era mato, muitos investiam em criar castelos de informação. Sítios. Eu tive um “lote” em Atenas (a cidade de Geocities). Tudo isso não existe mais: o site de receitas não é mais um livro com páginas virtuais, mas um fórum em que os fãs fazem o trabalho do editor e a qualidade frequentemente é pior que profissional; o blog de ciência pode estar cheio de opinião, os veículos jornalísticos vendem anúncio para coisas suspeitas e as grandes marcas anunciam em páginas de fake news. É um solo viscoso. Com a ascensão das redes sociais e os buscadores embutidos, temos delegado a organização do noticiário e das fontes de pesquisa a algoritmos baseados em popularidade ou em nossa bolha de relações, o que empobrece nossa relação com o conhecimento.

Eu morava em geocities.com/Athens/Parthenon

Nos tempos de Geocities, eu achava que construiria um castelo sólido. Talvez, se desmoronasse, os Internet Archives da vida prometem guardar tudo o que existiu, não é?
Geocities acabou, Wayback Machine et al não guardam páginas desimportantes como várias daquelas que eu amava e hoje procuro rever sem sucesso. Stories simplesmente desaparecem; quero informação perene.

Essa deveria ser a introdução a meu blog velho, mas na verdade é o mais importante que tenho a dizer. Comecei em 2010 um informativo virtual, com uma visada que variava do acadêmico ao jornalístico, tratando temas que ampliavam de leve a abordagem que eu levara ao jornalismo cultural na Folha de S.Paulo, achando que formaria uma massa de fãs. Não. Mas serviu para guardar várias informações que eu mesmo acabei querendo consultar ao longo dos anos (“qual era mesmo o nome do filme/autor mesmo? Ah, fiz uma piada com isso no blog”). Serviu para anotar algumas de minhas referências favoritas. Filosofemas mal desenvolvidos não criam textos necessariamente perenes, mas vale a pena tentar transcender o efêmero. Passei a escrever para mim, sim, mas ainda querendo ajudar quem aportasse ali à deriva no mar da informação e seus tsunamis de interesses.
Com esta série de posts em meu aniversário, o blog ultrapassa 100 publicações. Espero que, quando eu tiver de largar esse serviço gratuito um dia, eu consiga guardar e levar alhures meu acervo sem muito dano.
Meu testemunho visa a convencer você, leitor, da importância dos sítios, em oposição às redes furadas (servem para descansar e outros fins, claro). Eu plantei em dez anos algumas palavras. Espero que os frutos do meu sítio sejam úteis para quem visita; eu mesmo já me servi deles várias vezes.
Por favor, avise quando encontrar links quebrados ;^D
Meu sítio (desde 2010):
https://alegoriadigital.wordpress.com

Sítios que o autor recomenda (tive de atualizar para escrever este post, hehehe)
https://alegoriadigital.wordpress.com/sitios-que-o-autor-recomenda/

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Semana do brincar – dia 2

Feliz Semana Mundial do Brincar!

Dia 2 – Mostre e conte

No dia 28 de maio eu e amigos da Rede Brasileira de Estudos Lúdicos teremos o lançamento do número 2 da Revista de Estudos Lúdicos. Resolvemos mostrar um pouco de nossas influências lúdicas e editoriais.
Será um breve momento de mostrar alguns artefatos diante da câmera enquanto não podemos dividir o mundo lá fora com os amigos. Não chega a ser como aqueles desafios de mostrar 10 capas de disco ou indicar 7 filmes, é coisa mais singela, live de Facebook (https://www.facebook.com/rebeludicos/).

De certa forma, esta curta série de posts na semana do brincar é uma resposta a esses desafios: em vez de 10 discos, estou a fazer um punhado de apanhados… e hoje quero mostrar algo que, espero, compense um pouco minha falta de participação em tais desafios.
Então lá vão algumas listas curtas de coisas que me passaram pela cabeça. Sem explicações nem legendas (a não ser que você siga o atalho e leia o texto correspondente), mas uma advertência: nem sempre falar dessas coisas é querer que você goste delas!

6 filmes
Carrie, a Estranha
O Enigma de Kaspar Hauser
Tóquio em Decadência
Platoon
O Sétimo Selo
Os Irmãos Witman
(https://alegoriadigital.wordpress.com/2011/04/21/lista-3-3-filmes/)

3 refrigerantes
Guaraná Jesus (tudo bem, eu também não curto muito)
Mineirinho
Abacatinho
(https://alegoriadigital.wordpress.com/2013/04/16/triarquia-dos-refrigerantes-perdidos/)

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Semana do brincar – dia 1

[publicado originalmente no Facebook]

Feliz Semana Mundial do Brincar!

Nasci no dia 28 de maio, que seria depois convencionado, pela Associação Internacional de Ludotecas, Dia Mundial do Brincar. É um pretexto para comemorar ludicamente. E vou fazer isso compartilhando com os amigos um pouco de minha história, querendo com isso certamente ganhar o presente de sua leitura ou colaboração em meus… nossos projetos!


Dia 1 – Como vendedor, sou um ótimo escritor

Você gosta de poesia? Muita gente já me disse que poeta tem obrigação de ficar em rua de “balada cult” para vender sua arte. Muito racional, já tentei alguma vez deixar a namorada na fila do cinema cabeça e sair perguntando quem quer comprar literatura. O público-alvo para minha arte pretensiosa deve ser esse mesmo: quem faz fila para pagar caro por entretenimento alternativo num teatro com nome de banco. Mas minha atitude nunca rendeu muito dinheiro (não ouse dizer que a culpa é dos versos mal metrificados).

Minhas alegorias já estiveram em algumas das melhores livrarias, mas agora é mais fácil procurar na Estante Virtual ou na minha lojinha do Mercado Livre:

Caprichos de dores (1998) – https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1534040327-livro-caprichos-de-dores-de-ernane-guimares-neto-_JM?quantity=1

Gênese harmoniosa (2008) – https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1534033904-livro-gnese-harmoniosa-de-ernane-guimares-neto-_JM?quantity=1

(sim, o cara anunciou que você pode pedir uma dedicatória do autor, pode acreditar que é legítimo)

Se quiser, existem algumas leituras gravadas (fiz pro festival on-line Poemália.Língua, em 2008). Esta lista tem seis alegorias de Caprichos de dores:

Pode me chamar para seu sarau, a vergonha é pouca.
(taí um slogan)
Se leu até aqui, você provavelmente lê mais do que a média… feliz Dia do Orgulho Nerd!